domingo, 12 de setembro de 2010

Da lagoa de Araruama


O anzol estendido, silenciado
por um breve alento, tranquilo.

Veja a eterna imobilidade da superfície!
E os dedos mirins que boiam,
sem latência, de contida ternura.

O eco longínquo das saracuras se faz
outro ameno passatempo, tão pávido
e solene, na lisa constância da marola.

Veja os camarões migrando de barrete!
Num átimo único desta estação...
E, ainda, os peixes nos quais acreditavamos
Viajam em cardume por outra região.

Um cardume dançando, por outra região
E, ainda, o anzol estendido, nunca a tremular.
Sofre da mais sincera sapiência,
no infinito e turvado coração.

Não há nada que se possa fazer.

3 comentários:

  1. Papai tinha uma casa em Araruama, e ( muito antigamente) quando a lagoa ainda era limpa, costumávamos pescar manjubinhas que depois eram fritas pela minha mãe e devoradas por todos.
    Muita saudade dos tempos felizes e do meu pai. Seu lindo poema me levou diretamente a esse passado tão maravilhosamente simples e feliz.
    Obrigada.
    beijus

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  2. Praia Seca, Araruama! quantas lembranças.. parecida com ela, felizmente, é a lagoa de carapebus.

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