segunda-feira, 8 de março de 2010

Nuvens de Março


Que brilho intermitente surge
da bruma de nossos sonhos
quando emerge a tempestade
no verniz de teus olhos?

Para onde vão os mortos
enterrados nestes campos
verdejantes, litorâneos?

Chovem lágrimas, relâmpagos
das nuvens de março.

Vi teu Deus andando
de muleta, nas veredas
tão perdido quanto nós
tão perdido quanto nós.

Vem que aqui a tarde é calma
e nada de terrível habita
quando, de mãos dadas,
apoiamos nossos ombros
para andar na escuridão.

Um comentário:

  1. que bonito isso, Pedro. cheguei aqui pelo link no gtalk. boa surpresa encontrar esse poema triste e bonito: podemos estar perdidos, mas não estamos sós.
    bj
    manu

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